A Câmara de Vereadores de Santana protagoniza um dos mais corriqueiros fenômenos pós eleição. A disputa pela mesa diretora da Casa Mirim virou um circo com direito a aquartelamento e tudo mais.
ENTENDA O CASO
Inicialmente, na data de 26 de novembro do ano passado, foi publicada ATO DA PRESIDÊNCIA Nº 005/2020-CMS que tem por objetivo criar os regramentos para a ELEIÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTANA, para o BIÊNIO 2021/2022. Desta forma, no mesmo ato foram tabuladas algumas regras para esse pleito interno, dentre eles o que exige que "o requerimento para registro de chapa deverá estar acompanhado das declarações de consentimento dos seus respectivos integrantes, inclusive para aqueles que manifestarem apoio escrito no bojo do pedido, não podendo ser registrada chapa em que conste nome de vereador que integre chapa anteriormente protocolizada" (art 1º, VI).
Até aí tudo bem, o ano virou, novos vereadores eleitos, e o momento da disputa da Mesa Diretora da Câmara enfim chegou.
A primeira chapa se inscreveu com o seguintes componentes: Vereadores Helena Lima, Chico papel, Elma Garcia, Josivaldo Abrantes e Bruno Sousa.
Noutro momento posterior outra chapa pediu o registro para concorrer, composta pelos seguintes vereadores: Elma Garcia, Adelson Rocha, Mário Brandão, Luizinho e Marco Aurélio, como vemos a seguir
Para o leitor mais desatento, alertamos que uma das vereadoras que compõe a primeira chapa inscrita passou a compor a segunda chapa, o que naturalmente, pelos regramentos daquele Ato da Presidência citado seria impossível de acontecer.
Pronto, estava pronto o bolo, mas falta a cereja e a folhinha de hortelã.
Ato seguinte, a Vereadora Helena Lima, impetrou um Mandado de Segurança junto ao judiciário para que a tal eleição fosse suspensa e tomasse o rumo da normalidade. o Judiciário amapaense entendeu que "algo estava errado no reino da Dinamarca" e concedeu a ordem para que os atos fossem suspensos, Disse o Juiz ANTÔNIO JOSÉ DE MENEZES, da Comarca de Santana em sua decisão:
"Assim, as máculas apontadas e demonstradas com plausibilidade, atingiram o direito líquido e certo do Impetrante de participar de forma isonômica do referido procedimento... III. Isso posto, concedo a liminar pleiteada, para suspender a eficácia da eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Santana, para o biênio 2021/2022, realizada no 01/01/2021. "
É certo que isso quase sempre ocorre nas eleições da Câmara de Vereadores de Santana, e, certamente, deve acontecer em incontáveis municípios do país, porque todos nós sabemos que esse tipo de eleição interna é sempre disputada voto a voto e quase sempre descamba no judiciário.
Mas o leitor pode estar perguntando: "E a tal cereja do bolo????"
Respondemos. Ocorre que a vereadora duplamente inscrita, tanto na primeira como na segunda chapa, Elma Garcia, é esposa do Cel. Flexa, do Comando Geral da Policia Militar do Amapá, que cuida da segurança ostensiva e preventiva naquele munícipio.
E o que isso tem haver com a história?
Respondemos: A, até então, ocupante da presidência da casa, vereadora Helena Lima, que tinha dentro do gabinete da presidência seus pertences, seus projetos, enfim, suas coisa pessoais, pediu ao seu filho que manejasse esses documentos e objetos para o seu gabinete de vereadora, que prontamente lhe atendeu. Helder, dirigiu-se ao gabinete da Presidência e começou a retirar os pertences de sua mãe, quando foi surpreendido por uma força tarefa da Policia Militar que invadiu a Câmara de Vereadores com fuzis para prendê-lo, por estar supostamente "destruindo provas".
Para o morador de Santana que observar melhor, verá que a Policia Militar daquele município não é tão instantânea nos pedidos da população, no entanto, nesse caso, foi como um passe de mágica.
Não estamos aqui maculando ou sugerindo algo em desfavor da imagem da Policia Militar, ao contrário, estamos preservando a PM do Amapá, que é uma das mais respeitadas no Brasil e não pode estar servindo a Câmara de Vereadores apenas porque a esposa do Comandante da PM, vereadora Elma Garcia encontra-se no meio de um imbróglio político, fato este que deverá ocorrer corriqueiramente, transformando a CMS em uma sucursal da PM/AP, caso ela seja presidente da Casa Mirim.
Eis portanto a cereja do Bolo.
Mas o leitor pode ainda estar perguntando: "E a tal folhinha de hortelã????"
Respondemos: É o Leão de Chácara, que não é servidor da Câmara e nem do Município, posto pelas vereadoras Elma Lima e Carmem Queiroz (presidente interina, por ser a mais idosa e marionete do filho, Deputado Jory Oeiras), na entrada da Câmara, para impedir que os cidadãos, a imprensa, e os vereadores possam ter acesso as dependências da Casa de Leis mais democrática do Brasil. Começou o aquartelamento e eis, enfim, a folhinha de hortelã.
Fonte